«A literatura e a poesia estão, a meu ver, mais perto da realidade humana que, por exemplo, a investigação psicológica. Essa orienta-se demasiadamente pelo MITO DA "REALIDADE" e pelo mito das estruturas de poder daí decorrentes.
O artista, pelo contrário, conseguiu manter-se ligado às necessidades e motivações humanas. Um escritor escreve, e não em último lugar, PARA SE OPOR COM A SUA FORÇA CRIATIVA À FRAUDE DA "OPINIÃO VIGENTE". Fala uma língua que ainda sabe da globalidade da experiência humana.
A ciência, pelo contrário, como Michael Polanyi observou muito bem, procura «extirpar a perspectiva humana da visão do mundo para nos conduzir ao absurdo» (in, "Personal Knowledge. Towards a Post-Chritical Philosophy. University of Chicago Press: Chicago 1979, p.3).
Por isso acho o testemunho dos escritores, tanto a respeito da unidade como da divisão da percepção, de tão grande importância para as teses deste livro. O seu testemunho fornece EXEMPLOS ELOQUENTES DA LOUCURA QUE SE ESCONDE SOB A MÁSCARA DA SANIDADE E QUE HOJE ESTÁ EMPENHADA EM ENTREGAR A HUMANIDADE CADA VEZ MAIS À AUTODESTRUIÇÃO.
Haverá quem não veja a multiplicidade do comportamento humano como um contínuo. Mas ula tal dissociação apenas é o reflexo da tão comum recusa dos fios que nos unem a todos uns aos outros. Trata-se aqui mais de uma manobra pseudo-lógica que serve para despistar.
A lógica da subdivisão da existência humana em categorias e compartimentos tem o único propósito de alimentar as nossas dúvidas acerca da nossa integralidade e TORNAR-NOS INSEGUROS.
A noss integralidade, pelo contrário, baseia-se no que nos dizem sentimento e coração.»
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