ESTADO PROCURA CONTRIBUINTES PARA RELACIONAMENTO SÉRIO

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A cidadania e o patriotismo não se exercem apenas de 4 em 4 anos... como estes políticos pretendem...

sábado, julho 17, 2010

"Orçamento de Base 0" ou um mero passo de láparo, muito aquém do apelido

O líder do meu Partido veio anunciar, recentemente, que vai apresentar para 2011 uma proposta em que se estabeleça um orçamento de base "0", explicando logo de seguida (para quem não saiba) que é aquele em que cada centro de custo orçamental tem de justificar por que razão necessita de realizar aquela despesa.

À primeira vista temos aqui a atitude de um líder paarentemente responsável e preocupado com o rumo das contas públicas.

Mas, mergulhando no iceberg (o que não está visível) deste mero "discurso político" para inglês (do FMI) ver e português (Zé Povinho ou Semilha) comer e calar, esta solução não resolve o problema essencial e que, afinal, distingue esse mesmo discurso político sem nada substancial de novo de um discurso de cidadania, pelo menos o de quem está farto de ver o Estado sugar o dinheiro dos contribuintes.

Assim, na minha modesta opinião de militante de base que nunca renuncia à sua condição (principal) de cidadão, a preocupação desse mesmo líder deveria assumir o compromisso de exigir de quem Governa a apresentação e aprovação de orçamentos de Estado que não sejam deficitários à partida, condição "sine qua non" para o não agravamento das condições de vida da população.

Não vi o líder do meu Partido apresentar qualquer proposta de redução dos membros de nomeação política para os gabinetes ministeriais. Se calhar é porque o "preço" das directas varia, na razão directa, de mais boys for the jobs, como se o nosso Partido fosse o lado A ou B do mesmo disco vinil traduzido no Poder sobre o aparelho do Estado.

E não vi o líder do meu Partido propor, em sede de revisão constitucional, a extinção dos representantes para os Açores e para a Madeira, pois essas funções podem ser feitas por um único gabinete jurídico: o que presta a assessoria ao Presidente da República que não nos custaria, por ano, os 560 muilhões de euros orçamentados.

Já que esteve 20 anos depois de sair duma jota a preparar uma candidatura a líder (desde um livro que ninguém leu, até ao mais delicado dos penteados para sair com uma bela imagem de capa na Revista Exame, normalmente dedicada a empresários... de sucesso), deveria dar um salto correspondente ao apelido e atacar, a direito, o desperdício orçamental e não um mero "passo de láparo" traduzido num orçamento de base zero, que não convence quem tenha mais dois dedos de cérebro.

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