ESTADO PROCURA CONTRIBUINTES PARA RELACIONAMENTO SÉRIO

http://classificados.dnoticias.pt/VerClassificado.aspx?id=29680

A cidadania e o patriotismo não se exercem apenas de 4 em 4 anos... como estes políticos pretendem...

quinta-feira, julho 01, 2010

A raiva fedorenta sobre Cristiano Ronaldo e a consequente ligação às despesas do Estado

Há uma coisa que não estou a perceber: o João Vieira Pinto deu um soco no árbitro no Mundial (que envergonharia qualquer Cidadão português de letra maiúscula) de 2002 e só por causa de um desabafo do Cristiano Ronaldo querem crucificá-lo?

Será que se ele fosse benfiquista esta indignação nacional continuaria a fazer sentido, do mesmo modo que utilizaram "paninhos quentes" para aquele que (a seguir ao 6-3 de Alvalade) a "A Bola" intitulou de "Príncipe Perfeito"? - provocação de sportinguista.

E como é possível exigir que o Cristiano Ronaldo jogue do mesmo modo que jogava no Manchester United ou no Real de Madrid, se essas equipas são predominantemente ofensivas enquanto que a nossa Selecção, com Queirós, voltou ao seu "futebolzinho de contenção" e de 3/4 oportunidades de golo por jogo?

Para agravar, quem manda, no Espanha-Portugal, substituir o Pedro Mendes pelo Pepe e "partir" a equipa ao meio, ao ponto de obrigar o Tiago e o Raúl Meireles a recuarem no campo e a desgastarem-se mais pois o Pepe não está nem estava com ritmo de jogo, nem se aguenta das canelas e continua a ter "medo" de "meter o pé"? É preciso ter "paciência de jó", não?

Por outro lado, ninguém tem culpa de vivermos numa sociedade fortemente virada para a imagem, para o consumo de marcas, e para o sucesso imediato que leva a que, por exemplo, se coloque à frente duma pessoa um microfone e não uma bola; não por culpa dessa pessoa mas porque temos um sistema de ensino e de (falta de) educação cívica que agrava as desigualdades culturais de um Povo habituado a morangos com açúcar, a a acenar as bandeirinhas ao Papa (cuja visita nos terá custado 75 milhões de euros), a abrir a boca de espanto perante as paradas militares (quando durante o ano nem dinheiro há para combustível) e se vergam às, supostas, autoridades políticas que vivem à custa do dinheiro dos contribuintes, para não dizer desviá-lo, com ou sem chips, que é como quem diz, com um pé no público e no privado.

O Cristiano Ronaldo veio de um bairro social e, com as limitações culturais inerentes (perguntem-lhe, por ele, por exemplo, alguma vez leu algum Saramago ou se percebeu a história dos navegadores dos Descobrimentos), utilizou, não obstante, a sua perícia técnica e preparação física para singrar numa área profissional específica. A mesma técnica que os meninos que aguardavam os barcos dos turistas no Porto do Funchal e que aguentavam imenso tempo debaixo de água de modo a receberem uma divisa estrangeira como retribuição pela sua perícia.

Os tempos não mudaram, apenas os cenários. E continuamos "carne-para-canhão" duma classe política maioritariamente pouco séria e sem escrúpulos.

Se Cristiano Ronaldo tiver a cabecinha que Chalana e Vítor Baptista, por exemplo, não tiveram, não será mais um futebolista desempregado que necessite da Segurança Social portuguesa, dum emprego como treinador de juniores ou como coveiro do cemitério de Setúbal.

Se durante esta fase de apogeu controlar as despesas que faz com o dinheiro que ganha, poderá viver o resto dos seus dias de vida tranquilo. Quem sabe, nos tempso livres, ter aulas particulares de gestão, para aprender a gerir o dinheiro que acumulou, e que bom proveito lhe faça, sem necessidade de ter um empresário (o nome diz tudo) que não substitui o papel de um pai.

Mas se isso não for possível, a culpa não será só do Cristiano Ronaldo mas de todos nós, cidadãos conscientes, que parece que nos divorciamos do nosso País e deixámos de exigir um melhor ensino, uma melhor instrução, uma melhor educação e um maior controlo público de publicidades enganosas que enraízam nos nossos filhos mentalidades precocemente consumistas, a bem da dita imagem, como se fosse isso que nos desse a felicidade.

Pelo contrário, e com a agravante de ser consciente, temos carraças do erário público, formatadas em jotas de cartilha bem aprendida e estudada, bem falantes quais cigarras, e que, uma vez no poder, agravam, quiçá deliberadamente (pois satisfazer lobbies não democráticos não é fácil) a condição de vida das suas populações(por definição não organizadas em lobbies), indo pelo elo mais fraco, ou seja, preferem aumentar os impostos em vez de cortar nos seus próprios vícios e "tributos" maçónicos, ou outros.

Acabando por onde comecei, ao futebol. Em qualquer equipa quando se pressente problemas entre treinadores e jogadores ou quando um treinador prefere despachar um jogador para fora da sua equipa por razões disciplinares, isso, para mim e salvo melhor opinião, é um sintoma de falta de liderança, condição sine-qua-non para o sucesso em qualquer área profissional, ou mesmo pessoal.

Habituados que estamos, como Povo, a seguir líderes, ainda não demos o passo de sermos líderes de nós próprios, o que condiciona a nossa legitimidade moral para criticar quem quer que seja, em especial aqueles que dizem amém, que são yes-man, carreiristas profissionais, ou ovelhas ranhosas que envenenam qualquer rebanho de boa-fé.

Queirós é um excelente preparador de equipas de futebol, mas, com toda a estima pessoal que lhe tenho, não é um líder. Na hora da verdade é essa a diferença de ter ou não o poder abrir as janelas quando todas as portas se fecham.

Enquanto estivermos habituados a um estilo de pensamento único, com poucas variações partidárias, em que o que pensa de maneira diferente do comum mortal seja considerado louco compulsivo, será difícil merecermos melhores políticos que possam gerir de uma forma séria, honesta e transparente (não basta, por exemplo, a apresentação de declarações de rendimento; era interessante cada político apresentar duas declarações de património: uma quando entrou para a política e outra quando saíu; sendo que os desvios injustificados e judicialmente comprovados obrigariam à devolução com juros do diferencial) o nosso País.

Portugal está falido e os portugueses estão cerebralmente manietados, quais galinhas sob o jugo(triunfo) dos Porcos. É esta, lamento, a minha análise ao nosso estádio de evolução, e que o 25 de Abril pouco ou nada ajudou.

E quem diz que falar de cidadania é dizer mal dos políticos, então mais enviezado do ponto de vista do raciocínio (ou das torres de babel em que viverá) estará.

2 comentários:

  1. Não faz sentido este "escrito" :-(

    ResponderExcluir
  2. Lamento o anonimato do comentário anterior, mas será caso para dizer: o que é que nesta vida faz sentido?
    Melhores cumprimentos,
    Pedro Sousa

    ResponderExcluir